Por Ariovaldo Ramos
"Lucas 2: 8 Havia, naquela mesma região, pastores que viviam nos campos e guardavam o seu rebanho durante as vigílias da noite. 9 E um anjo do Senhor desceu aonde eles estavam, e a glória do Senhor brilhou ao redor deles; e ficaram tomados de grande temor. 10 O anjo, porém, lhes disse: Não temais; eis aqui vos trago boa nova de grande alegria, que o será para todo o povo: 11 é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor. 12 E isto vos servirá de sinal: encontrareis uma criança envolta em faixas e deitada em manjedoura. 13 E, subitamente, apareceu com o anjo uma multidão da milícia celestial, louvando a Deus e dizendo: 14 Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem. 15 E, ausentando-se deles os anjos para o céu, diziam os pastores uns aos outros: Vamos até Belém e vejamos os acontecimentos que o Senhor nos deu a conhecer."
Depois de 400 anos de silêncio, Deus começara a manifestar-se: primeiro para Zacarias, quando lhe anunciou, por meio do Anjo Gabriel, o nascimento de seu filho, que deveria ser chamado de João; depois, por meio do mesmo anjo, visitou Maria de Nazaré, para anunciar-lhe o nascimento do Filho do Altíssimo, de quem seria mãe. E, agora, os pastores eram visitados na vigília da noite, por anjos que lhes avisavam que nascera, para a humanidade, o salvador.
O contexto em que viviam os pastores era de opressão generalizada: opressão política, os romanos dominavam Israel, controlando, inclusive, a sucessão sacerdotal; opressão religiosa, o povo, representado pelos pastores, não sabia se deveria ouvir aos sacerdotes (saduceus), marcados pela corrupção ou aos fariseus, marcados pela hipocrisia – ensinavam uma coisa e viviam outra; opressão econômica, uma vez que a voracidade dos romanos, via impostos abusivos, corroía toda a economia de Israel; opressão espiritual, o padrão moral e ético de todos estava marcado pela perda dos valores e havia um verdadeiro descaso para com o pecado, para com a desobediência à lei de Moisés – o que gerou a incisiva pregação de João, o Batista.
Era a primeira manifestação pública da Trindade, todas as outras haviam sido em caráter particular. O anjo trazia uma boa notícia: nascera o salvador. É importante enfatizar que se anunciava um salvador, não um juiz, embora Jesus terá o seu momento de juiz; um salvador, não um rei, ainda que Cristo seria entronizado rei dos reis; um salvador, não um perdoador, apesar de Cristo ser aquele que perdoa todas as iniqüidades; um salvador, não um médico, sem embargo de Jesus ser aquele que cura todas as enfermidades; um salvador, não um senhor, sem prejuízo do Messias ser necessariamente o único Senhor.
A humanidade precisa de um salvador: alguém que: diante da opressão política, nos emule com fome e sede de justiça, o que nos fará reagir aos opressores; diante da opressão econômica nos conscientize da necessidade de formar comunidades, onde todos trabalham por todos e para o bem de todos, de modo a vencer a pobreza; diante da opressão religiosa seja o modelo a seguir, a nos libertando dos que em nome da fé escravizam o povo; diante da opressão espiritual, nos tire do inferno, assim como tire o inferno de nós, que não apenas nos perdoe, mas nos transforme, uma vez que ser perdoado sem ser transformado é como trocar de roupa sem tomar banho, que não apenas nos cure, mas nos garanta a ressurreição, pois toda cura é remendo, nosso inimigo é a morte, e a questão não é retardá-la é vencê-la.
Essa foi a grande notícia: nascera o Salvador, agora tínhamos a quem chamar, por quem gritar. Esse Salvador é capaz de nos libertar de qualquer poder ou pecado que nos oprima. Esse Salvador só não nos salva daquilo que não queremos ser salvos. Os que se recusam a admitir a condição de pecadores que precisam de transformação, não poderão ser salvos pelo Salvador.
Depois de lhes anunciar o nascimento do salvador, os anjos se retiram e deixam aos pastores a responsabilidade histórica, caberá a eles ir ou não ao encontro do salvador, que os aguarda numa manjedoura – um lugar de humildade que obrigará os pastores a se ajoelharem para se aproximar do menino. E é nesse lugar de humildade onde o Salvador espera a todos nós. Entre um natal e outro somos todos desafiados a, de joelhos, encontrar o Salvador a partir da nossa confissão de pecadores e fracos que reconhecem sua profunda necessidade do Salvador que é Cristo o Senhor. Gente que reconheça que tem de fazer toda a vontade de Deus, uma vez que qualquer coisa fora da vontade de Deus é disfuncional e atenta contra a manutenção do Universo, mas que sabe que sem Cristo não poderá ser como Deus os deseja e nem fazer o que Deus quer. Entre um natal e outro, vivamos de encontrar o Salvador.
Fonte: SEPAL
Depois de 400 anos de silêncio, Deus começara a manifestar-se: primeiro para Zacarias, quando lhe anunciou, por meio do Anjo Gabriel, o nascimento de seu filho, que deveria ser chamado de João; depois, por meio do mesmo anjo, visitou Maria de Nazaré, para anunciar-lhe o nascimento do Filho do Altíssimo, de quem seria mãe. E, agora, os pastores eram visitados na vigília da noite, por anjos que lhes avisavam que nascera, para a humanidade, o salvador.
O contexto em que viviam os pastores era de opressão generalizada: opressão política, os romanos dominavam Israel, controlando, inclusive, a sucessão sacerdotal; opressão religiosa, o povo, representado pelos pastores, não sabia se deveria ouvir aos sacerdotes (saduceus), marcados pela corrupção ou aos fariseus, marcados pela hipocrisia – ensinavam uma coisa e viviam outra; opressão econômica, uma vez que a voracidade dos romanos, via impostos abusivos, corroía toda a economia de Israel; opressão espiritual, o padrão moral e ético de todos estava marcado pela perda dos valores e havia um verdadeiro descaso para com o pecado, para com a desobediência à lei de Moisés – o que gerou a incisiva pregação de João, o Batista.
Era a primeira manifestação pública da Trindade, todas as outras haviam sido em caráter particular. O anjo trazia uma boa notícia: nascera o salvador. É importante enfatizar que se anunciava um salvador, não um juiz, embora Jesus terá o seu momento de juiz; um salvador, não um rei, ainda que Cristo seria entronizado rei dos reis; um salvador, não um perdoador, apesar de Cristo ser aquele que perdoa todas as iniqüidades; um salvador, não um médico, sem embargo de Jesus ser aquele que cura todas as enfermidades; um salvador, não um senhor, sem prejuízo do Messias ser necessariamente o único Senhor.
A humanidade precisa de um salvador: alguém que: diante da opressão política, nos emule com fome e sede de justiça, o que nos fará reagir aos opressores; diante da opressão econômica nos conscientize da necessidade de formar comunidades, onde todos trabalham por todos e para o bem de todos, de modo a vencer a pobreza; diante da opressão religiosa seja o modelo a seguir, a nos libertando dos que em nome da fé escravizam o povo; diante da opressão espiritual, nos tire do inferno, assim como tire o inferno de nós, que não apenas nos perdoe, mas nos transforme, uma vez que ser perdoado sem ser transformado é como trocar de roupa sem tomar banho, que não apenas nos cure, mas nos garanta a ressurreição, pois toda cura é remendo, nosso inimigo é a morte, e a questão não é retardá-la é vencê-la.
Essa foi a grande notícia: nascera o Salvador, agora tínhamos a quem chamar, por quem gritar. Esse Salvador é capaz de nos libertar de qualquer poder ou pecado que nos oprima. Esse Salvador só não nos salva daquilo que não queremos ser salvos. Os que se recusam a admitir a condição de pecadores que precisam de transformação, não poderão ser salvos pelo Salvador.
Depois de lhes anunciar o nascimento do salvador, os anjos se retiram e deixam aos pastores a responsabilidade histórica, caberá a eles ir ou não ao encontro do salvador, que os aguarda numa manjedoura – um lugar de humildade que obrigará os pastores a se ajoelharem para se aproximar do menino. E é nesse lugar de humildade onde o Salvador espera a todos nós. Entre um natal e outro somos todos desafiados a, de joelhos, encontrar o Salvador a partir da nossa confissão de pecadores e fracos que reconhecem sua profunda necessidade do Salvador que é Cristo o Senhor. Gente que reconheça que tem de fazer toda a vontade de Deus, uma vez que qualquer coisa fora da vontade de Deus é disfuncional e atenta contra a manutenção do Universo, mas que sabe que sem Cristo não poderá ser como Deus os deseja e nem fazer o que Deus quer. Entre um natal e outro, vivamos de encontrar o Salvador.
Fonte: SEPAL
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